top of page

2023.08 - Centro Cultural Adriano Moreira, Bragança

exposição individual


INAUGURAÇÃO / OPENING: 5 Ago 2023

ENCERRAMENTO / ENDING: 14 Out 2023


O projeto intitulado “O Mito de Sísifo” é baseado na leitura contemporânea de Albert Camus do mito desse proletário dos deuses. Em muitas leituras e análises desse conto mitológico, a figura da pedra é uma mera ponte sem importância, um peso a ser carregado até ao topo da montanha, mas ela não é simplesmente um mineral; conceptualmente, na sua simplicidade, ela retém toda a magnitude e dimensão do conteúdo da vida, seja ele positivo ou negativo. Para Sísifo, uma condenação, para Patrícia, um objeto de arte. Em sua posição estética dentro da natureza, mas extremamente exposta a mudançaas e transformações, é aí que começa o processo criativo de Magalhães.

Desse suposto ser inanimado, a artista começa a transformar a superfície dessas pedras como se fosse a natureza, até encontrar diferentes figuras no relevo delas, carregando-as de novas narrativas e mitos. Figuras emolduradas e contornadas, moldadas pela passagem do tempo e da imaginação, carregadas de história que a artista tenta decifrar por meio da fotografia, da manipulação, da transferência, da matéria, para talvez descobrir a jornada sem fim e a estrada que percorreram depois de cair dos braços de Sísifo para o início do caminho, onde Patrícia lhes dá um propósito novo e menos condenatório.


The project entitled "The Myth of Sisyphus" is based on Albert Camus' contemporary reading of the myth of this proletarian of the gods. In many readings and analyses of this mythological tale, the figure of the stone is a mere unimportant bridge, a weight to be carried to the top of the mountain, but it is not simply a mineral; conceptually, in its simplicity, it retains all the magnitude and dimension of the content of life, be it positive or negative. For Sisyphus, a condemnation, for Patrícia, an art object. In its aesthetic position within nature, but extremely exposed to changes and transformations, this is where Magalhães' creative process begins.

From this supposedly inanimate being, the artist begins to transform the surface of these stones as if it were nature, until she finds different figures in their relief, charging them with new narratives and myths. Framed and contoured figures, shaped by the passage of time and imagination, loaded with history that the artist tries to decipher through photography, manipulation, transference, matter, to perhaps discover the endless journey and the road they traveled after falling from the arms of Sisyphus to the beginning of the path, where Patrícia gives them a new and less condemning purpose.




Exposição O MITO DE SÍSIFO

“Um homem carrega uma pedra enorme até ao cimo de uma montanha, com grande esforço e sofrimento físico. Aí chegado, ele deixa que a pedra se solte e role pela encosta abaixo. E, novamente, todo o processo se inicia, repetindo-se por toda a eternidade. Não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança, terão pensado os deuses que assim condenaram Sísifo.”

O título da exposição é uma apropriação do brilhante ensaio filosófico de Albert Camus, em que este recorre à lenda da mitologia grega como uma alegoria para ilustrar a sua ‘filosofia do absurdo’, ao comparar o eterno castigo de Sísifo à busca da humanidade por um significado da vida e, assim, concluir que, se não conseguirmos encontrar prazer no que é quotidiano, então estamos a fazer pouco mais do que esperar pela nossa morte enquanto a vida se esvai.

A intenção não é menosprezar a procura humana por um significado maior para a vida. Para Camus, conseguirmos identificar o absurdo na nossa própria vida é dominá-la, é reconhecer quais são os momentos que carecem de consciência, de prazer e de intenção, para lhes dar maior importância. Ele recorda-nos que o significado da vida é encontrado, não apenas nos grandes momentos, aqueles que geram em nós a consciência de uma memória, mas nos pequenos instantes, aqueles que preenchem os segundos, os minutos, as horas e os dias no meio dos grandes acontecimentos.

E é disso que estes desenhos tratam. Partindo de registos fotográficos de formas e texturas orgânicas, (particularmente de pedras), que quando as olhei, vi, em pareidolia, assemelharem-se a pessoas, (ou partes delas, como a pele ou os ossos) e que imaginei terem vidas absurdas, sem sentido, e tão inanimadas como os elementos naturais que lhes estavam na origem. Pedras-pessoas que, ao longo de diferentes séries de desenhos, se vão transmutando em outros seres e que, vistos assim, serão simultaneamente, Sísifo e a sua pedra.




The exhibition's title is an appropriation of Albert Camus' brilliant philosophical essay, in which he uses the legend from Greek mythology as an allegory to illustrate his 'philosophy of the absurd', comparing Sisyphus' eternal punishment to humanity's search for a meaning in life and thus concluding that, if we can't find pleasure in what is everyday, then we are doing little more than waiting for our death while life fades away.

The intention is not to belittle the human search for a greater meaning to life. For Camus, to be able to identify the absurdity in our own life is to master it, to recognize which moments lack awareness, pleasure and intention, in order to give them greater importance. He reminds us that the meaning of life is found not only in the great moments, those that generate in us the awareness of a memory, but in the small instants, those that fill the seconds, minutes, hours and days in the midst of the great events.

And that's what these drawings are about. Based on photographic records of organic shapes and textures (particularly stones), which, when I looked at them, I saw, in pareidolia, resembled people (or parts of them, such as skin or bones) and which I imagined had absurd, meaningless lives, as inanimate as the natural elements that gave rise to them. Stones-people that, over the course of different series of drawings, transmuted into other beings and that, I saw




Centro Cultural Municipal Adriano Moreira,

Rua da República, 5300-252 Bragança


horário:

de segunda a sexta, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 21h00

sábados das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00

コメント


bottom of page